terça-feira, 12 de junho de 2012


O amor é bem, é bom, é dar, é dor. É mistura, é tempero, é frio e calor. Pega, solta, termina, volta, é espinho, é flor.
Briga, xinga, odeia e pede perdão. Quer muito, deseja, sonha, mas finge que não. Cai e levanta, desfaz e refaz, rico e pobre coração.

segunda-feira, 4 de junho de 2012



Ele pediu: “Não vá”; ela foi. Ele correu atrás, segurou; ela parou. De costas, perguntou: “Pra quê?”. Ele calou, e abraçou, e beijou. E ela repetiu: “Pra quê?”. “Amor”, ele sussurrou, tão baixo que quase não disse. “O seu amor? Por muito que seja, é pouco. Pra mim e pra você. Eu não amo mais. Ou tanto. Um não basta”. “Acabou assim?”. “E como seria? É só um fato, entre milhares de outros no mundo. Acabou como começou”. “Um fato como outro qualquer? Como um atropelamento?”. “Um fato corriqueiro da vida. Você vai sofrer agora e vai passar. E daqui a um tempo, talvez ache que nem era tão forte”. “E até lá?”. “Até lá você vai se tornar uma pessoa melhor, um homem mais experiente, mais vivido. O sofrimento pode ser bom”. “Foda-se”. “É um bom começo. A raiva ajuda a ter raiva e a ter mais raiva. Até que você tenha raiva de sentir isso por mim. E depois goste de novo, de outro jeito”. “Escrota”. “Lindo”. “Eu amo você, sua idiota. Olhe pra mim, fale na minha cara, vire”. “Eu já fui embora, não posso virar”. “Não”. “Sim, acredite. Eu já estive no seu lugar”. “Quanta frieza. Que merda”. “Quanto respeito”. “Fica, por mim, por favor”. “Não, por mim e por você. Ninguém ama por favor, ama-se por amor. E só”.