Acho mais do que sei. Duvido.
Penso
mais do que falo – e falo demais.
Uso
quase, quase sempre.
Tento
entender. Escrevo.
Troco
choro por canto. Esqueço.
Tenho
medo do escuro, abro os olhos.
E
a cada fantasma, finjo que não vejo.
Se
voo, mãos dadas – sou chão.
Gosto
de gente e de festa, de vozes e vinho. Desfoco.
Driblo
as manias, pequenas loucuras. Disfarço.
Acredito
antes de perguntar. Confio no olhar.
E
amo como se fosse fácil, como se houvesse volta – amor é caminho só de
ida.
Digo-me
criança – porque sou.
Digo-os
crianças – porque são.
Um
dia – talvez longe, talvez nunca –, talvez cresçamos.
E
espero saber mais, falar menos, pensar sem pressa, dançar no breu.
Dançar com os monstros.